A tristeza é um sentimento comum, presente na vida de qualquer ser humano. Ela é uma emoção perfeitamente adequada a situações em que existam perdas, conflitos, decisões, mudanças, frustrações. Ficar triste é normal, mas, via de regra, a vida trata de trazer outros eventos significativos, outros prazeres e felicidades, e comumente uma dor é superada e a vida continua. Mas e permanecer triste? Seria essa a fronteira entre normal e patológico? Uma tristeza que não passa?
Quando falamos em Transtorno Depressivo, estamos falando de uma Síndrome: um conjunto de sinais e sintomas. Não basta estar triste para estar deprimido – precisa ter uma série de sintomas, característicos da Depressão. Variáveis como duração, intensidade, alteração nos níveis de vitalidade, funções fisiológicas e cognitivas, e prejuízo no funcionamento global do indivíduo são os parâmetros atuais para se diferenciar a tristeza normal da Depressão. Quer dizer:
há quanto tempo você se sente triste? E quão triste você se sente (você tem ideias de suicídio, por exemplo?)? Você não está triste, mas tem se sentido cansado, sem disposição para as tarefas cotidianas?
Não sente mais prazer em nada?
Sua memória anda prejudicada?
É difícil prestar atenção nas coisas?
Você se afastou da família ou amigos?
Não dorme? Ou dorme demais?
Essas perguntas, bem como muitas outras, ajudam a delinear e a fechar um diagnóstico mais ou menos preciso. Grosso modo, pode-se sintetizar: se sua tristeza é desproporcional à situação que a deflagrou, dura tempo demais, e altera seu comportamento significativamente, você pode estar deprimido.