segunda-feira, 18 de julho de 2016

RELACIONAMENTOS



Como esquecer um grande amor


Há casais que são agressivos um com o outro, desmerecendo e desqualificando a aparência ou a capacidade do parceiro. Isso gera mágoas e desentendimentos que podem destruir a relação. É sinal deperigo insultos ou desrespeito. O casal precisa entender como se relacionam, o momento que esses comportamentos destrutivos acontecem, e se é possível uma comunicação mais saudável.comunicação critica
Para boa comunicação, é fundamental saber a diferença entre as críticas construtivas e as críticas destrutivas:
  • Crítica construtiva – São críticas que ajudam a refletir e reavaliar os comportamentos e a “forma de ver a vida”, criando a possibilidade de amadurecer emocionalmente. O foco da crítica construtiva é na melhora das dificuldades e na possibilidade do outro progredir. É comum sentir desconforto ao escutar uma crítica, por isso quem recebe uma crítica construtiva precisa estar disposto e receptivo para pensar sobre o que o companheiro está dizendo. É preciso tomar cuidado para não se sentir atacado e se tornar agressivo com o parceiro nesse momento.
  • Crítica destrutiva – São críticas que ofendem, agridem ou denigrem a imagem do outro. Normalmente vem em forma de acusação. Quem escuta esse tipo de crítica, costuma se sentir desqualificado e inferiorizado. O foco da crítica destrutiva é naquilo que “machuca” (isso não significa que quem faz críticas destrutivas seja uma má pessoa).
É preciso saber usar bem as palavras, ter empatia (se colocar no lugar do outro) e não exigir uma perfeição ou algo que não seja compatível com os valores, com o físico ou com a personalidade do namorado (a) / esposa / marido. Assim, a pessoa pode dizer ao parceiro aquilo que a provoca insegurança, mal-estar ou aquilo que  machuca. Ou então, de maneira sensata, dará um “toque” ou uma “dica” para o parceiro melhorar o comportamento que está prejudicando o casal ou a ele próprio.
É importante refletir:
  • Como está a comunicação do casal? Vocês conseguem dizer um ao outro o que desejam de forma positiva?
  • Conseguem escutar as críticas construtivas ? Ou será que tem dificuldade em escutar o companheiro e também tem dificuldade de dizer de forma adequada aquilo que te incomoda?
  • Existe ataque em vez de conversa? Utilizam das críticas destrutivas como sendo a principal comunicação entre o casal?
A flexibilidade faz parte da relação amorosa. A perfeição não existe. É possível sim se tornar uma pessoa melhor, aprimorar e construir uma relação mais madura, mas é impossível um casal perfeito ou de uma pessoa perfeita. Por isso deve existir limites nas solicitações e nas críticas.
É preciso analisar as críticas e a forma que elas são colocadas. E se for o caso, estabelecer alguns limites com o companheiro. Considere:
  • Será que o que ele (a) está me pedindo é algo sensato? Ele (a) está tentando me motivar para eu melhorar? Outras pessoas (que me querem bem) já me falaram coisas parecidas?
  • Ele (a) está respeitando as minhas características e a minha personalidade (os meus limites)? Essas críticas são construtivas ou destrutivas?
  • Digo quando não gosto do jeito que ele fala as críticas? Já sugeri outras formas melhores dele me dizer as coisas?
A relação amorosa ensina. A pessoa pode entender muito sobre si, como se trata, como se relaciona com o outro, sobre suas facilidades ou dificuldades de aproximação. O amor é desafiante, pois o outro pode apontar e sinalizar questões e situações que a pessoa não percebe, mas que seria interessante ela reconsiderar. É importante tato e empatia para falar de forma que realmente possa ajudar o outro, tomando cuidado para não dizer de forma que ele se senta inferior, incompetente ou “impossível de ser amado”.
Para conseguir escutar as críticas, também é importante os elogios:
  • O seu companheiro só faz críticas, ou ele (a) também faz elogios? Você consegue escutar os elogios dele (a)?
  • E você, faz elogios a ele (a)?
É indicado o acompanhamento com o psicólogo quando a pessoa tem dificuldade em escutar críticas construtivas, ou quando ela não consegue estabelecer limites com o outro, dizendo “não” as críticas destrutivas.

Emoções consideradas negativas (raiva, tristeza, mágoa).

Emoções consideradas negativas (raiva, tristeza, mágoa).


Normalmente as pessoas não são muito estimuladas a falarem sobre os seus sentimentos, ainda mais quando se trata de emoções consideradas negativas, como, por exemplo, mágoa, tristeza, raiva… de certa forma, nossa sociedade coloca que essas emoções devem ser evitadas:
  • “deixa para lá, logo passa”.
  • “vamos sair e nos divertir para você parar de pensar nessas coisas, vai te fazer bem”.
Por esses motivos, muitos acabam ignorando os sentimentos, deixando de entender as causas das suas dificuldades emocionais.
Boa parte da população interpreta que é sinal de fraqueza(fragilidade emocional) falar ou demonstrar algumas emoções e sentimentos (“você viu? ele chorando, que sensível!”). Dessa forma, algumas pessoas acreditam que precisam se distanciar de suas emoções e sentimentos para ter estabilidade emocional. A cobrança do que seria ser “forte”  leva a pessoa a mascarar suas emoções, afastando-se de seus sentimentos e consequentemente de quem ela “é”, do seu próprio “eu”, dificultando ela entrar em contato consigo mesma.
As emoções e os sentimentos têm grande significado e poder sobre a vida de cada um. Eles refletem no dia a dia da pessoa, nos seus pensamentos, comportamentos, na forma como vai se relacionar com o seu trabalho e com a sua família e amigos, em como vai lidar com os conflitos e obstáculos (que surgirão no decorrer da vida). Os sentimentos dizem muito sobre a pessoa, de como ela “está”, de como lida com os problemas, e se há feridas abertas (traumas ou mágoas) que precisam ser cicatrizadas para possibilitar uma vida mais plena e saudável. A pessoa tem dificuldade de controlar a própria vida quando lhe falta o autoconhecimento. 
Para conhecer alguém, é preciso conversar e se interessar pela sua história, por aquilo que ele pensa, pelos seus sentimentos. Se a própria pessoa não faz isso consigo mesma, se ela não se dá um tempo para conversar com as suas próprias emoções para refletir sobre o que está sentindo, ela pode deixar de compreender o que passa dentro de si, não se reconhecendo e não entendendo o seu “eu”.
Para conseguir administrar e lidar com essas emoções (consideras negativas), é preciso entender o que elas estão querendo dizer. Compreender não significa ficar remoendo os problemas ou alimentar sentimentos negativos, mas sim significa:
  • Acolher as dores emocionais para reconhecer os sentimentos, e assim compreender melhor as próprias escolhas e comportamentos.
  • Assumir o controle e a responsabilidade por si.
  • Buscar formas de enfrentar as dificuldades e superar os obstáculos em momentos de conflitos.
Ou seja, reconhecer as emoções e sentimentos, sabendo administras e conduzir de forma positiva, deixa a pessoa mais forte emocionalmente. O autoconhecimento possibilita que a pessoa consiga lidar melhor com suas emoções e tenha comportamentos mais assertivos futuramente. É importanteconduzir as emoções e sentimentos de forma produtiva, para aproveitar e criar uma fonte de motivação para o crescimento pessoal.
É preciso elaborar as dores emocionais, ou seja, é preciso sentir, entender, aprender e encontrar formas de lidar com os sentimentos, de se fortalecer emocionalmente. Todo esse processo é importante para superar e enfrentar os sentimentos “negativos”. Quando a pessoa não consegue fazer isso sozinha, é indicado o acompanhamento com o psicólogo.
 Michele Duje